Risco de cegueira cresce entre diabéticos e Rio Preto entra em alerta com campanha nacional de prevenção
Risco de cegueira cresce entre diabéticos e Rio Preto entra em alerta com campanha nacional de prevenção

A campanha nacional de combate à retinopatia diabética, promovida pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia, colocou o país em alerta neste mês de novembro. Em Rio Preto, onde o número de pacientes diabéticos cresce ano após ano, oftalmologistas reforçam a orientação de diagnóstico precoce para evitar que a doença avance silenciosamente e cause perda visual irreversível.
A mobilização 24 Horas pelo Diabetes abriu o mês com uma maratona online de entrevistas e conteúdos educativos. O foco é conscientizar a população sobre os danos causados pelo excesso de glicose nos vasos da retina. Quando não identificada a tempo, a retinopatia pode levar a sangramentos, edema, descolamento de retina e cegueira.
Rio Preto acompanha o movimento nacional com especialistas reforçando o alerta. O oftalmologista Carlos Eduardo Cury Jr., que há mais de duas décadas atende pacientes diabéticos na cidade, explica que os casos avançados seguem aparecendo no consultório porque a doença não causa dor nem sintomas iniciais. Para ele, a prevenção continua sendo a única estratégia capaz de evitar maiores danos. “O diagnóstico precoce e o acompanhamento regular com o oftalmologista são os fatores que mais influenciam na preservação da visão em pacientes diabéticos. Embora não exista cura para a retinopatia diabética, identificar alterações no início evita o agravamento dos quadros e reduz o risco de cegueira”, afirma o especialista.
Em muitos casos, o diabetes tipo 1 pode se manifestar com um embaçamento visual súbito. “Já nos pacientes com diabetes de longa duração, as alterações na retina aparecem de forma lenta e silenciosa, o que faz com que muitos só percebam o problema em estágios avançados. Por isso, o exame de fundo de olho deve ser realizado de forma periódica, mesmo quando não há sintomas. Controlar a glicemia é fundamental, mas monitorar a saúde ocular é parte essencial desse cuidado”.
O Brasil ocupa a sexta posição mundial em número de pessoas com diabetes, com cerca de 16,6 milhões de casos. A estimativa é que o país alcance 24 milhões de pacientes até 2045. Estudos citados pelo CBO mostram que até 80% dos diabéticos de longa duração podem desenvolver algum grau de retinopatia ao longo da vida.










